Meu Bobo Favorito: Uma História de Amor por um Palhaço

Quando eu era criança, sempre gostei de ir ao circo. Adorava ver os animais, os acrobatas e, especialmente, os palhaços. Havia algo de mágico e fascinante neles, com suas roupas coloridas, maquiagens engraçadas e brincadeiras bobas. Mas entre todos os palhaços que eu já vi, havia um que se destacava acima de todos os outros. Ele era meu bobo favorito.

Não sei o seu nome real, nem mesmo se ele usava um nome artístico. Mas na minha mente infantil, ele era simplesmente o meu bobo favorito. Ele era alto, magro e tinha uma risada contagiante. Sempre que ele aparecia no picadeiro, eu não conseguia evitar de rir, mesmo antes que ele fizesse qualquer piada. Era algo no seu jeito de se mover, no seu olhar brincalhão, que me conquistava.

Lembro-me da primeira vez que o vi. Eu tinha uns seis ou sete anos e era a minha primeira vez no circo. Estava um pouco assustado com tantos barulhos estranhos, mas assim que vi o meu bobo favorito, me senti em casa. Ele estava vestido com uma roupa vermelha e branca, com um chapéu bobo na cabeça e um nariz vermelho enorme. Ele balançava os braços e fazia caretas para as pessoas da plateia. Lembro-me de sua risada, alta e estridente, e de como ela me fez sentir feliz.

Desde então, toda vez que íamos ao circo, eu procurava o meu bobo favorito. Às vezes, ele não estava lá e eu ficava desapontado. Mas quando ele aparecia, eu ficava tão animado que parecia que ia explodir. Eu gritava seu nome, acenava freneticamente e ria como se não houvesse amanhã. Algumas pessoas na plateia devem ter achado estranho, mas eu não me importava. Eu só queria ser visto pelo meu bobo favorito, para que ele soubesse o quanto eu o admirava.

Com o tempo, fui crescendo e meus interesses mudaram. Deixei de ir ao circo com a mesma frequência, comecei a me interessar por outras coisas. Mas mesmo assim, sempre que eu via um palhaço, lembrava do meu bobo favorito. Ele era a referência que eu tinha para o que era um palhaço de verdade. E mesmo que eu nunca tenha tido a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente, ele deixou uma marca indelével na minha infância.

Hoje em dia, o circo e a figura do palhaço têm sido alvo de muitas críticas. Algumas pessoas consideram que os animais são maltratados, que os artistas são explorados e que a piada do palhaço é ultrapassada. Mas para mim, o circo representa algo muito especial, uma memória feliz da minha infância. E o meu bobo favorito é a personificação dessa memória.

Por isso, sempre que posso, tento resgatar um pouco desse espírito de alegria e inocência que o circo inspira. Procuro assistir a performances de circo contemporâneo, que valorizam a criatividade, o humor inteligente e a técnica apurada. E quando vejo um palhaço, sorrio para ele com o mesmo entusiasmo que tinha quando era criança.

Nunca saberei o que aconteceu com o meu bobo favorito. Talvez ele tenha mudado de profissão, talvez tenha se aposentado ou, quem sabe, ainda esteja fazendo alguém rir em algum lugar. Mas mesmo que nunca volte a vê-lo, ele sempre será o meu bobo favorito. Aquele que me ensinou que a alegria pode existir nos lugares mais simples, que o riso pode curar a tristeza e que a admiração por uma pessoa pode durar para sempre.